quarta-feira, 9 de novembro de 2016

POESIA 011

A mesa de jantar
Está quebrada demais
Ao tentar remontá-la
Cada peça morna
De raiva,frio e a janela aberta
Nem as flores brandas,sedosas
Tão artificiais
Nem a luz está acesa.

Dois pontos divergentes,
Nenhum retorna
A linha de secessão
Não é a entre os pontos
Mas a própria mesa.

POESIA 010

As listras nos tempos materiais
Revelam passagens
Lugares e visões
Piscam nos etéreos,especiais,
Miragens.

Passadas emoções:
Toda areia,todo momento
É uma areia do tempo.

POESIA 009

O som trovejante
Do mar e do vento
Harmoniza ao momento
Do resplendor à luz solar

E,ao longe,eterno amante
Da sua visão,me sento
A observar o vento,o mar
E você.

POESIA 008

Vamos soltar alguns passos
Deixar o corpo solto na areia
Achar alguns sorrisos no teu rosto
E mancha-los junto ao meu.

O tempo nunca está tarde
Depois que estamos escassos
Podemos dar volta e meia
Nos vemos um dia ou no outro.

Nossas mãos juntas se dão bem
Saboreio a paz na tempestade.

POESIA 007

UM BLOCO CONCRETO-LUTO
IMPLODE EM FAÍSCAS
LABAREDAS VULCÂNICAS
NÍVEIS BÍBLICOS,ALEXANDRINOS
O INCANDESCER ABSOLUTO
DO MACRO RUBRO
A RUÍNA DESENHADA NO MONSTRO
DO EXTERMÍNIO DIVINO.

POESIA 006

"Tadinha da Rosana..."
"Coitada da Maria..."
Ninguém desencana
Do esgoto da covardia.

"Que dó da Mariana..."
"Que pena da Fernanda..."
Quanto mais temos pena
Mais não se voa,rasteja.

POESIA 005

Uma sessão de espasmos
Fluidos que derretem a carne
Ondas que distorcem os limites
Os contornos invisíveis do eu
O suor,o sangue,a lágrima
Imbuídos dessa toxina.

Essa é a última
Das vezes que aconteceu.
Integridade carnal em suas partes
Cada uma que se elimine!
Não,se elimina!
Onde será que aquele eu
E aquele você
Paramos?